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Quando se levantou a questão de cultivar o quê, aceitou-se o desafio de começar com pimentas do tipo malagueta (Capsicum s.), por serem originárias desta região, haver gerações de experiência familiar, haver cultivo documentado na região com centenas de anos e não ter de entrar em competição com os agricultores já estabelecidos. Este cultivo existe localmente de forma artesanal e incipiente, há centenas de anos nesta região.

Faço AgriCULTURA, recorrendo ao que de mais recente se sabe em Agronomia, não sou uma fábrica estéril de produtos uniformes, destinados a prateleiras de consumidores mal informados e sem exigências, que não SE INTERESSAM PELA FORMA COMO, ONDE, POR QUEM, COM QUE CUSTOS SOCIAIS E AMBIENTAIS se produziu.

Trabalhamos bem para lá dos critérios economicistas e de marketing, que a ditadura da economia de mercado parece querer impor ao consumidor e, por decorrência, ao produtor. Saímos desse ciclo vicioso em que os consumidores se queixam da perda de qualidade e os produtores acabam vítimas dessa uniformização mercadológica, uma espécie de sagração da mediania, que vem tendo a maximização do lucro como único critério. Basta! “O mercado dita as regras”, mas o consumidor pode influenciar esse mercado comprando com CONSCIÊNCIA.

Mas não é só isso que me interessa em Agronomia. Decidi, há já alguns anos, trabalhar só e unicamente em sistemas agrícolas que me encantem pela sua Biodiversidade e nos quais o respeito pelo Meio-Ambiente seja tão óbvio, que não necessite de prova. Poderia trabalhar de muitas formas, em muitos tipos de cultivo, em vários lugares do mundo. Escolhi o Brasil